quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Clemente: O punk que faz história! [Entrevista realizada para a revista Comfusão do Cesnors/UFSM]

O músico, Apresentador e Diretor Artístico do programa Showlivre.com, Clemente Nascimento, fala com a equipe da ComFusão e conta-nos em uma entrevista descontraída sobre seu trabalho como apresentador e em cima do palco, com suas bandas. Cuta ai a voz de quem tem muito para contar. E salve o velho e bom Punk! 

(Com)Fusão: Clemente como é para você fazer parte do cenário punk nacional, começando com a 'Restos de Nada' e agora com a 'Plebe Rude' e 'Inocentes'?

Clemente: Acho legal, são tantos anos de estrada, que o que acaba sendo importante são as bandas em si, o cenário vira pano de fundo.

(Com)Fusão: Como você vê o cenário punk atual? Acredita que há espaço pra fazer música punk no Brasil?

Clemente: Não sei como anda o cenário, vejo novas bandas começando e me parece que vai bem, acho que há espaço para fazer qualquer tipo de música no Brasil, desde que ela seja boa.

(Com)Fusão: E como era a convivência com outras bandas do cenário musical da época? Havia muita concorrência?

Clemente:: Havia uma concorrência sadia, isso é inerente do ser humano, mas nada que atrapalhasse a convivência que sempre foi na boa, tocamos com várias banda antigas ainda em atividade, como o Garotos Podres, Cólera, Ratos.

(Com)Fusão: Como era fazer música na época que você começou a trabalhar com ela, em uma 'atuação' ainda presente da ditadura militar?

Clemente: Era difícil, não existiam casas para se tocar, tudo era muito improvisado, mas divertido. Reunir jovens em um local para escutar música já era considerado subversivo, sofríamos retaliações, mas eles de certo modo estavam certos pois um dos nosso objetivos era lutar contra a ditadura militar! (risos)

(Com)Fusão: Acredita que a música tem seu devido valor e apreciação atualmente no Brasil? Por quê?

Clemente: Acho que a música sempre teve seu valor, temos épocas mais difíceis e mais fáceis, mas a música sempre encontra seu espaço. Por que sempre tem gente interessada, não importa se o público é pequeno, o importante é que ele goste.

(Com)Fusão: Em sua carreira artística até então, qual fato você considera mais marcante? Existe algum que você faz questão de esquecer? Qual seria?

Clemente: Puts um fato só? Difícil, mas acho que o show de abertura do Ramones que fizemos em 94 foi marcante, o festival “O Começo do Fim do Mundo” no SESC Pompéia em 1982, e o show do Inocentes no River Rock em Sta Catarina em agosto de 2010, agora um fato para esquecer? O show na pizzaria Bin Bin! (risos)

Acredito que a música seja uma motivação forte para você em decorrer de tantos anos trabalhando na área. Como é para você conciliar trabalho e família?

Clemente: É difícil, pois viajo muito, trabalho a semana toda no Showlivre, onde sou apresentador e diretor artístico, E nos finais de semana, viajo com as bandas, vou discotecar, dar palestras, mas também é gratificante ter as contas em dia!(risos) Vejo pouco as crianças, mas estão todos bem.



Foto: Eduardo Luderer 

Continua!