quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Adicionaram 111 no Rock'n'Roll! - Parte IV
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Clemente: O punk que faz história! [Entrevista realizada para a revista Comfusão do Cesnors/UFSM]
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Musica e personalidade. (Ensaio produzido para o Jornal Unicom)
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Ao pé da letra! [Dance Of Days]
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Adicionaram 111 no Rock'n'Roll! - Parte III
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Por que tantas pessoas odeiam Restart?
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Adicionaram 111 no Rock'n'Roll! - Parte II
CONTINUA....
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Adicionaram 111 no Rock'n'Roll!
O velho e bom rock’n’roll e suas vertentes. Tão polêmico, tão sustentável e relacionável ao dito ‘fé’ nas coisas de Deus. Em uma conversa com Louiz, vocalista da banda paulista Declínio, tratamos sobre esta relação cristã com a música, juntamente com esta visão de que antigamente diziam que o rock’n’roll era coisa de ‘anti-cristão’, porém hoje, muitos integrantes de bandas- como Louiz - são a prova de que essa é uma realidade distorcida. Boa leitura, fiquem com Deus e até mais!
(Des)Contra-Ação: Louiz, você como cristão deve gostar de música de Igreja. Como é para você esta relação com a música feita na Igreja e a música da sua banda, a Declínio?
Louiz: Bem, digamos que há uma certa diferença. No Brasil se popularizou a chamada música Gospel, que seria adoração e louvor, Aleluia e Gloria a Deus. É uma música que somente resgata valores cristãos sem uma adoração direta. Na Declínio, como eu sou o letrista, acaba sim tendo uma tendência porque não há como fingir uma realidade pra se escrever. Escrevo coisas que realmente são “minhas verdades” e quero usar as letras nas músicas como veículo de conscientização, não usando de coerção, mas conscientização que a BIBLIA nos traz, sobre união, princípios de paz e uma vida instrumentalizada no bem, voltada ao bem estar do outro e não do si próprio.
(Des)Contra-Ação: Você sempre teve esta preocupação com o conteúdo das letras (frente a estes princípios que você mesmo citou: união, princípios de paz e uma vida instrumentalizada no bem)? Ou foi uma questão de aprendizado na vida?
Louiz: Eu sempre amei literatura. Camões, Shakespeare, Stephen King, José Saramago, Clarice Lispector, Fernando Pessoa e vários outros fizeram minha cabeça desde pequeno, mas minhas primeiras bandinhas eu lembro que já escrevia com contexto. Eu criava uma história, na maioria das vezes crônicas e escrevia todo um roteiro com narrativas e tudo mais. (risos) Só depois escrevia as letras baseada nisso, mas eu fazia isso porque achava mais fácil pra eu escrever, mas até essa época eu tinha uma visão de mundo bem diferente da que tenho agora. Todas as minhas letras revelam algo muito profundo de mim, e nessa época se você lesse você ia perceber que eu tinha características de uma pessoa bem melancólica, não tinha uma mentalidade e visão social dentro de um contexto social atual. Eu tinha vários questionamentos, ai veio a síndrome do pânico que arrasou a minha vida algum tempo. Estou bem agora, antes minha intenção era chocar pessoas, hoje é somente conscientizar.
(Des)Contra-Ação: Então, a Declino procura tornar algo prezado seu conteúdo e a forma também, certo? Você acha que a falta disso (postura ideal de conteúdo e forma) tem sido um problema na música?
Louiz: Não, há muitas bandas falando sobre coisas muito importantes que nos faz pensar, que adicionam luz em nossa sabedoria, que nos faz rever valores. Simplesmente elas não são agradáveis ao MAINSTREAM. Porque as pessoas já estão com suas consciências cauterizadas e há muito tempo se inverteu os valores da música do ideal para o visual. Ninguém canta musicas se as letras vão de encontro a uma realidade que elas não querem mudar. Ninguém canta letras que a própria letra a faz ser hipócrita. Ninguém tem atitude. Por isso é mais fácil você conquistar pessoas com letras de relacionamento idiotas adolescentes porque as pessoas estão acostumadas com isso desde cedo. Influenciadas pela televisão a porcaria do século e uma sociedade onde diz que você precisa TER, e o SER vem depois e varias outras questões. Eu acho até mesmo que se eu fosse escrever sobre o que as pessoas querem realmente ouvir seria desperdiçar meu talento. Eu acho que seria muito chato e repetitivo. Já tenho 22 anos, não sei agir como um ‘babaca’ adolescente para fazer uma galera de veiculo de massa de manobra para ganhar status, estou longe disso, eu hein!
(Des)Contra-Ação: Isso tudo é uma questão cultural também. Como você citou, os veículos de massa funcionam como grandes formadores de opiniões. Celebridades entre outras pessoas que possuem seu espaço e 'status' são divulgados constantemente nesses veículos, e tudo que fazem ou digam passa a ser recepcionado pelas pessoas como a verdade e muitas vezes a verdade absoluta. Agora com a gravação do EP da banda, fica mais fácil a expansão da música da Declino. Espera na banda um posto de formadora da opinião através de suas canções?
Louiz: Absolutamente. O jovem - como eu também sou - sempre está numa busca incessante da verdade e da liberdade. Simplesmente os veículos de massa colocam uma realidade diante dos nossos olhos, uma realidade maquiada fora dos padrões éticos, que agridem a mente das pessoas desde cedo com seus sofismas, com suas caridades oportunistas. É mais viável que os adolescentes fiquem admirando um sujeito que também é manipulado na televisão com seu jeito de ser descolado e seus brasões e toda uma superfluidade de personalidades, do que você falar que noite passada morreram 30.000 crianças, que é ultimo dado relatado pela UNICEF, por exemplo. E também eles querem fazer você aprender escrever para assinar cheques e notas provisórias, querem fazer você aprender a ler para ler seus anúncios apenas. Temos uma educação que escraviza. Você já parou pra pensar o por que das escolas ensinam você a ler, mas não ensinam você a compreender o artigo de um jornal? Porque com uma juventude informada e conscientizada, uma juventude que se ergue para tomar posse de tudo que nos foi desfalcado, as coisas ficam feias pra eles...bem feias. Ia ser o caos, porque eles somente iriam ouvir os jovens quando os cocktails molotovs voassem pra dentro da janela das cabines de seus secretários. Mas deixa eu ficar quieto (risos), isso não é militância, somente consciência.
CONTINUA...próximo post. Aguardem!
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
A voz de quem entende do assunto...Parte IV
A produção musical evoluiu bastante, hoje não é preciso sair de casa para gravar nada, você pega um computador e com três programas faz uma música, e se realmente se dedicar a estudar isso, compõe coisas de qualidade. O que de certa forma pode ajudar e pode atrapalhar muito a cena musical então, na verdade, antigamente pela dificuldade de se gravar, de tanto que era inacessível uma gravação acabava que o mercado não tinha uma disputa muito grande. Você batia no quesito “grandes estúdios, grandes valores e grande tempo para se produzir algo de qualidade”. Talvez a maior evolução que a gente teve à nível de produção mundial, não só de música, mas também de produtos, de cinema, de tudo, é a tecnologia e o computador. E com certeza o computador é a maior ferramenta que existe hoje para todo tipo de produção e criatividade e ele não sabe ser usado , essa que é a verdade.
As pessoas estão se auto copiando. Os softwares estão cada vez mais elevados, melhorados, temos hoje, por exemplo, coisas que as pessoas não sabem, mas você senta em frente a um computador e tem softwares de Plugins que simulam todo tipo de instrumento, todo tipo de som, todo tipo de timbre. Você tem programas como Easy Drummer, que é um programa pra bateria, aonde se toca numa bateria eletrônica e a sua bateria vai soar no disco como uma bateria de musica de alta resolução. Você escolhe, tem lá a caixa do Lars Ulrich do Metallica, o bumbo do Joe Bowie do Led Zeppelin que é um som perfeito, e é muito melhor do que gravar com uma batera original, a nível de Brasil, por que se gasta menos tempo, menos dinheiro e com uma precisão de som muito absurda. Isso ajuda muito, só que deve ser usado com uma certa qualidade, tem que ser usada sabendo como se usar, tendo uma questão de sempre querer inovar e de nunca se repetir.
Então eu acho que a maior evolução que teve a nível de produção musical é a questão do nível de tecnologia e isso sempre vai existir, não se produzem discos hoje como se fazia na década de 80 pra início de 90, que era todo feito em fitas abat. Era gravada em fita, a edição era cortada - tinha que cortar uma fita para gravar - e os canais das mesas eram totalmente separados. Tudo era difícil de manter, de manusear, era muito complicado, tinha que se ter realmente um orçamento muito alto pra se gravar um disco. Hoje em dia não, é tudo virtual. A gente não pode virar a cara para coisas que são analógicas. Tem muitas coisas ainda que, nos grandes estúdios, são usados a nível periféricos e analógicos, periféricos únicos e exclusivos, mas no final das contas tudo cai no computador e a parte final de edição ,de mixagem e materialização, tudo é feito a nível de softwares, a nível de programas , a nível de plugins. Então a evolução que a musica sofreu a nível de produção até a realidade atual é realmente a utilização maciça de softwares e do pc.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Drug Free [Lex Level]
As drogas e a música andam de mãos dadas há décadas. Nos anos 60 e com o movimento hippie e seus representantes musicais, a popularidade das drogas alucinógenas, como o LSD, produziu o psicodélico Acid Rock. No Festival de Woodstock de 1969 o rock era um elemento fundamental na juventude americana. Na mesma época Jimi Hendrix e Janis Joplin se consagravam na música, o lema “Sexo, Drogas e Rock’n’roll” guiou a vida deles, e de muitos outros artistas musicais que fizeram e ainda fazem um sucesso inegável, guiando, algumas vezes, seu público a seguirem exemplos nem tão admiráveis. Drogas, sexo e rock são assuntos que, através do tempo, acabaram ligando-se em uma única cultura. Contatamos o Dan, vocalista da Lex Level para falar sobre este assunto.
(Des)Contra-Ação: Dan, sexo, drogas e Rock'n'roll, é este o casamento mesmo?
Dan: Tirando drogas que não sou muito chegado, é um ótimo lema (risos).
(Des)Contra-Ação: E o que tu acha do fato das pessoas relacionarem Drogas ao Rock? Isso 'suja' a imagem?
Dan: Eu não critico quem relaciona, porque hoje em dia 90% das pessoas que estão relacionadas ao rock usam, mas não são todos! Nós da Lex Level somos um caso, não temos nada contra. Todo mundo tem o direito de curtir a vida da forma que bem entender! (risos) Eu acho que é só deixar bem claro que agente não precisa disso pra ser feliz, independentemente das pessoas que acham que quem faz rock é viciado.
(Des)Contra-Ação: Na década de 60 houve um crescimento grande no uso de drogas, combinado com o movimento antiguerra, que deu origem ao lema "Sexo, drogas e rock n' roll". Você então acredita que essa combinação ande, realmente, de mãos dadas?
Dan: Eu acho que ainda tem uma relação entre elas, mas não necessariamente em todas as situações. Existem bandas e bandas. Vai muito da proposta de cada uma! Claro que diversão todos gostam, inclusive eu e a Lex Level! Mas tudo com a cabeça no lugar.
(Des)Contra-Ação: Hendrix, Joplin, Jim Morrison. Todos foram vítimas das drogas. Perante isso, você acha que o conhecimento de tal fato torna as drogas mais "legais" perante os adolescentes e adultos que curtem rock n'roll ou serve como uma advertência?
Dan: Na minha opinião, como uma advertência. Pelo menos pra mim são grandes talentos desperdiçados precocemente! Alguns ícones da atualidade, como o baterista do Avagend Sevenfold que infelizmente foi vitima de overdose, alertam a galera mais jovem de que as drogas muitas vezes aceleram o processo natural da vida! Como diriam os Racionais "Tragando a morte e soprando a vida pro alto."
(Des)Contra-Ação: A banda Minor Threat criou uma música chamada "Straigh Edge" que fala sobre as pessoas não precisarem beber ou se drogar para se divertirem, virando filosofia seguida por muitas pessoas no mundo inteiro O que você acha disso?
Dan: Quando eu era mais novo, me interessei um pouco sobre a iniciativa SxE, é um movimento bem bacana, são pessoas que na minha opinião sabem dar valor as coisas que realmente importam na vida! Mesmo a galera do movimento gostando de um som completamente diferente do que eu curto, respeito muito e admiro.
(Des)Contra-Ação: Acredita que a música - e principalmente os músicos - deveriam defender essa idéia de "drug free" - "livre de drogas"? Ou acredita que isso poderia tornar alguns estilos 'caretas' perante seu público alvo?
Dan: Não sou contra quem curte! Até porque deve ser legal, mas eu prefiro pensar nas conseqüências que isso pode me trazer no futuro. Acho que cada banda tem que defender a idéia que convém a elas, seja qual for a idéia, o seguimento ou estilo.O importante é fazer o que gosta e da maneira que gosta! Mas pra mim, ser careta não é um motivo do qual faz eu me envergonhar.
(Des)Contra-Ação: Você acha que a principal dificuldade para bandas como a Lex é a alta procura de bandas independentes por reconhecimento, criando assim uma gama muito grande de informação que, querendo ou não, acabam superlotando as gravadoras em busca de uma oportunidade, ou a precária situação musical brasileira atual, que prioriza aquilo que mais vende, ou seja, a música "pop adolescente"?
Dan: Acho um pouco dos dois. O mercado musical está muito saturado, com a internet todo mundo agora é artista! O problema é que tem muita banda que não é de muita qualidade tirando a oportunidade das que realmente são formadas por bons musicas, a imagem se tornou algo muito mais importante do que o principal quesito para ser um musico, que é entender de musica!
(Des)Contra-Ação: Certo! E a Lex Level, qual o intuito da banda em relação ao reconhecimento musical?
Dan: Temos o sonho de qualquer outra banda, que é viver de musica! Com certeza essa é uma missão mil vezes mais difícil pelo fato do nosso som não ser um som pop. Mas gostamos de desafios! E queremos realizar nosso sonho tocando O QUE AGENTE REALMENTE GOSTA o que é o mais importante, mesmo tendo que esperar muito por isso.
(Des)Contra-Ação: O que a Lex procura passar para o público?
Dan: Quem procura ler nossas letras, vai entender! Agente gosta de unir vários assuntos, de criticas sociais até amor, não temos preconceito com nada. A gente só quer transmitir quem realmente somos, com nossas qualidades e nossos inúmeros defeito. E já fica a deixa, pra quem tem duvidas se somos uma banda cristã ou não, nós acreditamos muito em Deus mas preferimos não nos limitarmos a só isso, mesmo tendo uma musica que claramente fala sobre religião "A Mensagem (Santifiquei)" não limitamos só a isso nosso som.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
É a hora de ser independente em São Paulo! [Zona Punk]
Diante do falso e polêmico episódio da auto-demissão do diretor da (Zonta) após a premiação de algumas bandas no evento, contatamos Wlad Cruz da Zona Punk, editor e Jornalista, para questionar sobre o fato. Ainda na oportunidade, conversamos sobre a realização da Semana da Independência que ocorre
Banda Restart levou um dos prêmios no evento produzido pela Multishow. Achou justo? Por quê?
Wlad: Não existe esta de justo ou não. É votação popular, ou seja, quem tem mais votos, leva. O público do restart é em sua maioria (pré) adolescentes, que além de passionais, tem um longo tempo ocioso, o qual usa pra votar. Ou seja, é meio óbvio que bandas com este perfil ganhe de outras com um público mais velho. O sistema de votação é "errado". Entre aspas, pois se é uma votação popular, é o publico que vota.
Acredita que há falta humildade nas grandes bandas nacionais mercantis? Por quê?
Wlad: É relativo isso. Nunca passei por este tipo de problema com nenhuma banda, mas imagino que sim, o endeuzamento dos jovens em cima de bandas jovens, cause esse deslumbre. É o famoso "sobe pra cabeça".
Qual o perfil adulto de uma pessoa que somente absorveu esse tipo de informação durante toda a sua adolescência, em dias que precisamos estar tão alertas em relação as crises? O que podemos esperar desses jovens?
Wlad: Acho que nada. Os jovens de hoje, são jovens como em qualquer época. Todo jovem se acha dono da verdade, esperto, descolado etc. A diferença é que hoje existe muito menos conteúdo cultural no mercado. Ser jovem em 86 não é muito diferente de hoje. Os fãs do Restart de hoje, são como os jovens fãs das Spice Girls nos 90 ou do Menudo nos 80. Sempre há os dois lados, o razo e o profundo. Opções inteligentes sempre se teve. Se nos 80 tinha, sei lá, o Legião, hoje pode-se buscar outras bandas conteúdo para curtir. Mas a massa pop sempre vai buscar o que está em destaque na mídia, seja quando for.
E quanto ao evento da Semana da Independência, é uma forte iniciativa que deveria ser tomada como exemplo de atitude por bandas independentes de outros estados. O esforço para manter essa essência que o evento prega é compensatório? Por quê?
Wlad: É compensatório porque é minha vida. É meu trabalho e dia-a-dia, há anos. A maioria de tudo que cerca minha vida vem e vai pra esse meio, e acredito nele. Portanto, o mínimo a fazer, é mante-lo
Como você vê a recepção do evento - Semana da Independência - por parte de bandas comerciais?
Wlad: Muitas das bandas comerciais de hoje vem da mesma cena, então acham bacana a iniciativa. Não é uma afronta ao outro, é uma valorização do nosso.
Muitas bandas independentes produzem um trabalho maravilhoso. Há uma certa ‘recusa’ de aceitação do material produzido por estas bandas em certas situações. Por que isso acontece, mesmo sendo um trabalho de qualidade?
Wlad: Novamente, falamos de mercado, não de arte. O mercado não engole certas coisas, não é aceitável. Não dá pra imaginar por exemplo o Dance of Days tocando num programa da tv aberta com uma música defendendo o ateísmo. O mercado não deixa, o que é fora dos padrões - determinados pelo próprio mercado de tempos em tempos - entrar e se espalhar. E claro, isso é transitório, já que o mainstream colocou e co-optou discos e bandas como Raimundos ou Plebe Rude - que cada uma a seu tempo, tinham conteúdo 'agressivo' ao mercado. Modas vem e vão. Vai que a próxima moda é o punk 77? ou o grind-core? Não da pra saber.
Acredita que a música produzida no Brasil por grandes produtoras, dando destaque a bandas como Restart e Cine, por exemplo, pode ser entendida algumas vezes como um material planejado estrategicamente para ‘dar certo’ e empurrado para o público,pelos meios de divulgação, acabando assim sendo a grande mercadoria consumida pela massa?
Wlad: No caso das bandas que você citou, por exemplo, não. O mainstream veio busca-las no independente. O Cine, ponta de lança da música pop jovem de hoje, fazia (faz) uma música baseada no que está bombando lá fora, uma música jovem, pop, com toques eletrônicos, visual up etc. Conquistaram o publico - igualmente jovem - primeiro no independente, e depois foram co-optados pela major, que no caso destas duas bandas, só teve o trabalho de espalhar e expor ainda mais um produto que já estava pronto. Existem claro, bandas fabricadas diretamente no mainstream para consumo, tipo BR'oZ e coisas assim, mas no final das contas, é um grande pau de sebo. Alguns ficam, outros caem, outros somem.
Como você classifica e definiria o que é produzido pela Restart?
Wlad: Música pop jovem. Não tem nada a ver com rock. É pop, como é sei lá, Luan Santana, Roxette e Britney Spears. Não consumo, não gosto e não me afeta.
O que deveria ser feito para mudar os rumos que a musicalidade no Brasil está tomando? Quais as medidas sem adiamento que deveriam ser tomadas?
Wlad: Fazer o seu e se preocupar menos com o do outro. Foda-se se o Restart ganhou um prêmio do multishow, da globo etc. Faça o seu. Divulgue o que você acha bacana, ensine, spread the word. O mercado mainstream sempre existiu e sempre teve seus fenômenos pop, de RPM ao Restart. Compra quem quer. Se você tem dissernimento pra saber que artista X não tem conteudo, não te agrega, então busque o que te identifica. Mas tenha em mente que quem curte e apóia esse tipo de artista (popular) em sua maioria são jovens e sem base pra buscas mais profundas. Não espere que uma menina de 14 anos se identifique com um Cazuza por exemplo, ou com o Frank Zappa. Apóie quem você acha que tem que ser reconhecido, e quem sabe assim, apoiando mais quem (ou o que) você acredita, isso (ou ele) fique maior.
Qual a mensagem que você procura passar pra galera que luta por fazer música com independência?
Wlad: Que faça música, arte pela arte, não pelo dinheiro ou pela fama. Toque, faça o seu, divulgue e acima de tudo, seja realizado com o que está fazendo.
P.S.: Caros leitores do (Des)Contra-Ação. A entrevista de Wlad, da Zona Punk, foi re-editada devido a denuncia da informação falsa da demissão de Zonta (diretor da Multishow). Pedimos desculpas perante a má apuração desta informação; Porém, a entrevista com Wlad é de total e completa competência e entendimento musical.