segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Por que tantas pessoas odeiam Restart?
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Adicionaram 111 no Rock'n'Roll! - Parte II
CONTINUA....
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Adicionaram 111 no Rock'n'Roll!
O velho e bom rock’n’roll e suas vertentes. Tão polêmico, tão sustentável e relacionável ao dito ‘fé’ nas coisas de Deus. Em uma conversa com Louiz, vocalista da banda paulista Declínio, tratamos sobre esta relação cristã com a música, juntamente com esta visão de que antigamente diziam que o rock’n’roll era coisa de ‘anti-cristão’, porém hoje, muitos integrantes de bandas- como Louiz - são a prova de que essa é uma realidade distorcida. Boa leitura, fiquem com Deus e até mais!
(Des)Contra-Ação: Louiz, você como cristão deve gostar de música de Igreja. Como é para você esta relação com a música feita na Igreja e a música da sua banda, a Declínio?
Louiz: Bem, digamos que há uma certa diferença. No Brasil se popularizou a chamada música Gospel, que seria adoração e louvor, Aleluia e Gloria a Deus. É uma música que somente resgata valores cristãos sem uma adoração direta. Na Declínio, como eu sou o letrista, acaba sim tendo uma tendência porque não há como fingir uma realidade pra se escrever. Escrevo coisas que realmente são “minhas verdades” e quero usar as letras nas músicas como veículo de conscientização, não usando de coerção, mas conscientização que a BIBLIA nos traz, sobre união, princípios de paz e uma vida instrumentalizada no bem, voltada ao bem estar do outro e não do si próprio.
(Des)Contra-Ação: Você sempre teve esta preocupação com o conteúdo das letras (frente a estes princípios que você mesmo citou: união, princípios de paz e uma vida instrumentalizada no bem)? Ou foi uma questão de aprendizado na vida?
Louiz: Eu sempre amei literatura. Camões, Shakespeare, Stephen King, José Saramago, Clarice Lispector, Fernando Pessoa e vários outros fizeram minha cabeça desde pequeno, mas minhas primeiras bandinhas eu lembro que já escrevia com contexto. Eu criava uma história, na maioria das vezes crônicas e escrevia todo um roteiro com narrativas e tudo mais. (risos) Só depois escrevia as letras baseada nisso, mas eu fazia isso porque achava mais fácil pra eu escrever, mas até essa época eu tinha uma visão de mundo bem diferente da que tenho agora. Todas as minhas letras revelam algo muito profundo de mim, e nessa época se você lesse você ia perceber que eu tinha características de uma pessoa bem melancólica, não tinha uma mentalidade e visão social dentro de um contexto social atual. Eu tinha vários questionamentos, ai veio a síndrome do pânico que arrasou a minha vida algum tempo. Estou bem agora, antes minha intenção era chocar pessoas, hoje é somente conscientizar.
(Des)Contra-Ação: Então, a Declino procura tornar algo prezado seu conteúdo e a forma também, certo? Você acha que a falta disso (postura ideal de conteúdo e forma) tem sido um problema na música?
Louiz: Não, há muitas bandas falando sobre coisas muito importantes que nos faz pensar, que adicionam luz em nossa sabedoria, que nos faz rever valores. Simplesmente elas não são agradáveis ao MAINSTREAM. Porque as pessoas já estão com suas consciências cauterizadas e há muito tempo se inverteu os valores da música do ideal para o visual. Ninguém canta musicas se as letras vão de encontro a uma realidade que elas não querem mudar. Ninguém canta letras que a própria letra a faz ser hipócrita. Ninguém tem atitude. Por isso é mais fácil você conquistar pessoas com letras de relacionamento idiotas adolescentes porque as pessoas estão acostumadas com isso desde cedo. Influenciadas pela televisão a porcaria do século e uma sociedade onde diz que você precisa TER, e o SER vem depois e varias outras questões. Eu acho até mesmo que se eu fosse escrever sobre o que as pessoas querem realmente ouvir seria desperdiçar meu talento. Eu acho que seria muito chato e repetitivo. Já tenho 22 anos, não sei agir como um ‘babaca’ adolescente para fazer uma galera de veiculo de massa de manobra para ganhar status, estou longe disso, eu hein!
(Des)Contra-Ação: Isso tudo é uma questão cultural também. Como você citou, os veículos de massa funcionam como grandes formadores de opiniões. Celebridades entre outras pessoas que possuem seu espaço e 'status' são divulgados constantemente nesses veículos, e tudo que fazem ou digam passa a ser recepcionado pelas pessoas como a verdade e muitas vezes a verdade absoluta. Agora com a gravação do EP da banda, fica mais fácil a expansão da música da Declino. Espera na banda um posto de formadora da opinião através de suas canções?
Louiz: Absolutamente. O jovem - como eu também sou - sempre está numa busca incessante da verdade e da liberdade. Simplesmente os veículos de massa colocam uma realidade diante dos nossos olhos, uma realidade maquiada fora dos padrões éticos, que agridem a mente das pessoas desde cedo com seus sofismas, com suas caridades oportunistas. É mais viável que os adolescentes fiquem admirando um sujeito que também é manipulado na televisão com seu jeito de ser descolado e seus brasões e toda uma superfluidade de personalidades, do que você falar que noite passada morreram 30.000 crianças, que é ultimo dado relatado pela UNICEF, por exemplo. E também eles querem fazer você aprender escrever para assinar cheques e notas provisórias, querem fazer você aprender a ler para ler seus anúncios apenas. Temos uma educação que escraviza. Você já parou pra pensar o por que das escolas ensinam você a ler, mas não ensinam você a compreender o artigo de um jornal? Porque com uma juventude informada e conscientizada, uma juventude que se ergue para tomar posse de tudo que nos foi desfalcado, as coisas ficam feias pra eles...bem feias. Ia ser o caos, porque eles somente iriam ouvir os jovens quando os cocktails molotovs voassem pra dentro da janela das cabines de seus secretários. Mas deixa eu ficar quieto (risos), isso não é militância, somente consciência.
CONTINUA...próximo post. Aguardem!
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
A voz de quem entende do assunto...Parte IV
A produção musical evoluiu bastante, hoje não é preciso sair de casa para gravar nada, você pega um computador e com três programas faz uma música, e se realmente se dedicar a estudar isso, compõe coisas de qualidade. O que de certa forma pode ajudar e pode atrapalhar muito a cena musical então, na verdade, antigamente pela dificuldade de se gravar, de tanto que era inacessível uma gravação acabava que o mercado não tinha uma disputa muito grande. Você batia no quesito “grandes estúdios, grandes valores e grande tempo para se produzir algo de qualidade”. Talvez a maior evolução que a gente teve à nível de produção mundial, não só de música, mas também de produtos, de cinema, de tudo, é a tecnologia e o computador. E com certeza o computador é a maior ferramenta que existe hoje para todo tipo de produção e criatividade e ele não sabe ser usado , essa que é a verdade.
As pessoas estão se auto copiando. Os softwares estão cada vez mais elevados, melhorados, temos hoje, por exemplo, coisas que as pessoas não sabem, mas você senta em frente a um computador e tem softwares de Plugins que simulam todo tipo de instrumento, todo tipo de som, todo tipo de timbre. Você tem programas como Easy Drummer, que é um programa pra bateria, aonde se toca numa bateria eletrônica e a sua bateria vai soar no disco como uma bateria de musica de alta resolução. Você escolhe, tem lá a caixa do Lars Ulrich do Metallica, o bumbo do Joe Bowie do Led Zeppelin que é um som perfeito, e é muito melhor do que gravar com uma batera original, a nível de Brasil, por que se gasta menos tempo, menos dinheiro e com uma precisão de som muito absurda. Isso ajuda muito, só que deve ser usado com uma certa qualidade, tem que ser usada sabendo como se usar, tendo uma questão de sempre querer inovar e de nunca se repetir.
Então eu acho que a maior evolução que teve a nível de produção musical é a questão do nível de tecnologia e isso sempre vai existir, não se produzem discos hoje como se fazia na década de 80 pra início de 90, que era todo feito em fitas abat. Era gravada em fita, a edição era cortada - tinha que cortar uma fita para gravar - e os canais das mesas eram totalmente separados. Tudo era difícil de manter, de manusear, era muito complicado, tinha que se ter realmente um orçamento muito alto pra se gravar um disco. Hoje em dia não, é tudo virtual. A gente não pode virar a cara para coisas que são analógicas. Tem muitas coisas ainda que, nos grandes estúdios, são usados a nível periféricos e analógicos, periféricos únicos e exclusivos, mas no final das contas tudo cai no computador e a parte final de edição ,de mixagem e materialização, tudo é feito a nível de softwares, a nível de programas , a nível de plugins. Então a evolução que a musica sofreu a nível de produção até a realidade atual é realmente a utilização maciça de softwares e do pc.